O comboio
Esta viagem que tantas vezes se repete
Pergunto-me que parte me compete
Neste jogo do vai e vem?
Será que vejo com olhos de outrem?
Vezes incontáveis vejo este caminho
Sem nunca me fartar
Talvez por amar o mar.
Paragens, pessoas que entram e saiem,
E sem saber fico eu e toda a gente
Quantas pessoas cabem num só coração
E aqui me fico a pensar
Se valerá a pena amar
Alguma coisa senão o mar,
O ar, a natureza.
Mas se não, fico presa ao mundo do nada
Do vazio em que não se ouve pio
Nem se mexe nada.